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Fomos conhecer o «novo apoderado» numa noite de fados em Alfama: o que faz correr José Nunes?


José Nunes com António João Ferreira no festival
de sexta-feira em Angra do Heroísmo

Miguel Alvarenga – Proprietário de uma empresa de transportes e também administrador de uma sociedade de advogados (como seu irmão), José Nunes era até ao início deste ano um aficionado que comprava o seu bilhete e marcava presença nas praças de toiros, mas era também conhecido como o segundo Nunes por ser irmão gémeo do empresário e apoderado António Nunes, actual apoderado do rejoneador espanhol Andrés Romero e do cavaleiro João Moura Caetano, depois de o ter sido já de muitos outros cavaleiros e matadores de toiros.

Este ano, José Nunes saltou para a ribalta como apoderado do matador de toiros António João Ferreira – que, aparentemente, se encontrava fora de combate, sem contratos, num ano em que celebra o 15º aniversário da sua alternativa.

«Foi um desafio que me lançou o meu amigo Carlos Plácido, que é moço de espadas do António João Ferreira. Nunca tinha estado nos meus horizontes ser apoderado de nenhum toureiro e muito menos seguir as pisadas do meu irmão António. Não tinha qualquer função no mundo da tauromaquia, era apenas um aficionado que ia às corridas» – conta-nos José Nunes.

A nossa conversa vai fluindo ao som das guitarras e dos fados nas vozes de João Chora e de Adriano, que enchem a alma a quem os ouve na «Tasca do Xico» em Alfama, um santuário de fadistas à moda antiga, gerido pelo emblemático João Albuquerque e por onde têm passado os mais afamados intérpretes da Canção Nacional. 

A «Tasca do Xico» e o ambiente que se lá vive faz-nos de repente andar para trás no tempo, recuar aos anos de ouro do «Desassossego» da Maria João Quadros, do «Novital» do Nuno da Câmara Pereira, sei lá, de lugares sagrados que não esquecemos mais.

É ali, à volta de um fantástico Bacalhau à Braz e de uma carne assada com puré, entre vinho tinto e cerveja (para mim) que puxo pelo José Nunes e vou tentando descobrir quem ele é e o que o faz correr neste mundo dos toiros – de que ele era um simples espectador e hoje se tornou um dos actores principais.

«Estive a um passo de me estrear como apoderado de um cavaleiro, mas o projecto não foi para a frente. E então decidi aceitar este desafio de apoderar o António João Ferreira. Gosto especialmente de toureio a pé, acredito no toureiro e revoltou-me o facto de estar sem apoderado, sem contratos, quase na prateleira… sendo um toureiro de tanto valor e ainda para mais comemorando nesta temporada os seus quinze anos de alternativa» – explica Nunes.

«Tenho a humildade suficiente para reconhecer e dizer que não estou dentro deste meio, que conheço pouco ou quase nada o sistema, mas aconselhei-me, pedi ajuda a amigos, tenho tentado fazer o meu melhor. Tenho um bom naipe de patrocinadores, tenho conseguido levar o barco a bom porto. E numa altura em que o toureio a pé não tem em Portugal nem metade da força que já teve, a realidade é que o António João tem toureado, acabamos de chegar da Ilha Terceira, onde obteve um triunfo importante e deixou grande ambiente para regressar no próximo ano; vai tourear na corrida de 15 de Agosto na Messejana, onde desde os anos 90 que não actuavam matadores, era só uma corrida fortíssima de três cavaleiros e este ano vai ser mista; e temos mais algumas corridas, havendo que destacar as três que o António João fará no mesmo dia, em 2 de Setembro, onde toureia de manhã em Espanha, à tarde na Aldeia da Luz e à noite na Monumental do Montijo, sendo o único matador de toiros que actuará este ano no Montijo. É a primeira vez que um matador de toiros português tourear três corridas num mesmo dia. Depois, ainda toureia em Azambuja e estou a programar com o meu irmão levar por diante a Corrida da Construção Civil, que pode ser um acontecimento marcante no final da temporada numa praça ainda não designada, estamos em negociações com duas empresas para poder realizar a corrida numa praça de primeira», acrescenta José Nunes.

De simples espectador, José Nunes passou a actor de um espectáculo onde, tal como seu irmão gémeo, promete fazer história. Do nada, partiu de repente para o tudo. Orgulha-se de poder dizer que até ao final da temporada o seu matador António João Ferreira somará um total de nove festejos. E pergunta: «Há outro matador português que toureie nove corridas num ano, que faça três no mesmo dia?…».

E o que o faz correr?

«Não são os holofotes da fama, nesse aspecto sou uma pessoa recatada, gosto do meu espaço, de viver sossegado, não procuro protagonismo. Neste caso, como apoderado, o protagonismo é para o toureiro, tem que ser para o toureiro. Também não corro por dinheiro, a minha vida é outra, aqui posso mais gastar do que ganhar. Ao fim e ao cabo, para responder à sua questão, corro… por gosto. Corro por aficion. Corro pelo deslumbramento que o espectáculo tauromáquico provoca. Pela diferença que marca este mundo» – responde.

Se vai continuar, se fica por este ano, confessa que não sabe:

«Este meio é muito complicado, muito mais complicado do que eu imaginava. As pessoas fazem mal umas às outras, não existe união nenhuma. Confesso que fiquei chocado com muito coisa a que assisti. É pena que seja assim. Por isso, não acredito que continue muitos mais anos envolvido neste meio como apoderado. Mas também pode acontecer precisamente o contrário: já fui sondado para no próximo ano apoderar outro matador e até um cavaleiro… Vamos ver!».

Fotos D.R.



António J. Ferreira distribuindo autógrafos na sexta-feira depois
do triunfo na Monumental da Ilha Terceira



António J. Ferreira no festival de Angra com os
bandarilheiros Pedro Paulino e Sérgio Nunes


José Nunes com Paco Duarte na sexta-feira em
Angra do Heroísmo


José Nunes com o sobrinho João, Paco Duarte 
e Miguel Alvarenga ontem na «Tasca do Xico»


«Recuerdo» de uma noite de fados à antiga


João Chora tocou, cantou e encantou!


Adriano, fadista de alma e sentimento

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