Na próxima sexta-feira 28 de Julho, na terceira corrida da temporada na Monumental do Montijo, onde se comemoram os 45 anos de alternativa do Maestro João Moura, será também prestada homenagem ao bandarilheiro montijense Luis Peixinho, figura dos toureiros de prata, que celebra igualmente nesta temporada o 45º aniversário da sua alternativa e, por coincidência, recebeu-a igualmente na Monumental de Santarém em Junho de 1978 na véspera de João Moura (cuja quadrilha integrava) ali a receber.
Na foto de cima, Luis Peixinho com João Moura fotografado para o «Farpas» por Maria João Mil-Homens há cinco anos na praça de toiros de Elvas.
«Eu já integrava como praticante a quadrilha do João Moura e tomei a minha alternativa de bandarilheiro profissional na noite anterior à do João», recordou Luis Peixinho ao «Farpas» numa entrevista em Setembro de 2018.
Foi a 10 de Junho de 1978 na Monumental de Santarém, numa corrida nocturna da Feira do Ribatejo que Luis Peixinho recebeu a alternativa. O padrinho foi José Tinoca e a testemunha foi o saudoso José Agostinho dos Santos.
«Eram toiros do Senhor David Ribeiro Telles e o director de corrida era o meu conterrâneo e meu saudoso amigo Augusto Gomes Júnior. Toureavam a cavalo o Gustavo Zenkl e o Fernando de Andrade Salgueiro e a pé os Maestros Mário Coelho e ‘Niño de la Capea’. Bandarilhei dois toiros com o José Tinoca e o José Agostinho dos Santos» – recordou Peixinho nessa entrevista.
E contou mais:
«Recebi a alternativa nessa noite e na tarde seguinte, 11 de Junho de 1978, já saí como profissional com o João Moura na corrida da sua alternativa. Lembro-me como se fosse hoje. Vestimo-nos no Hotel Abidis e tivemos que ir para a praça, que estava completamente esgotada, com batedores da polícia à frente do nosso carro, a abrir caminho. Eram outros tempos, havia um glamour e uma chama diferentes na Festa».
«Nessa corrida da alternativa do João saí eu na quadrilha, o Amâncio Grilo e ainda um bandarilheiro espanhol que era o Javier. A partir de então, estive vários anos na quadrilha do João. Fomos nós, eu e o Amâncio, que o acompanhámos no arranque dos anos de ouro da revolução mourista! Tenho um imenso orgulho nisso!», disse, a terminar.
Depois, Peixinho esteve também colocado nas quadrilhas de Luis Miguel da Veiga e de Paulo Caetano, entre outros, até se despedir das arenas. Posteriormente, foi apoderado do matador Nuno Casquinha e tem mantido sempre uma ligação directa ao mundo tauromáquico, marcando assídua presença nas praças.
Um Senhor dos tempos em que na Festa só havia Senhores!
Fotos Maria Mil-Homens
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