M.A. – Motivos de ordem pessoal que tiveram a ver com a minha tão adorada missão de ser Avô, impediram-me de estar ontem, como queria, na corrida de homenagem ao João (Moura) e de apresentação oficial do seu filho Tomás. Fico com essa espinha na garganta, mas não pude fazer nada. Dei voz ao meu amigo Luis Diogo Caetano, mourista dos quatro costados, que aqui se estreia, não sei se por uma vez única, se para continuar (ele o dirá) como cronista taurino, a quem dou, com todo o gosto, a alternativa – e com o qual vos deixo. O Luis resumiu, com poucas – mas sábias – palavras (é um reconhecido e entendido aficionado) o que ontem aconteceu em Reguengos de Monsaraz.
Luis Diogo Caetano – Nota inicial para o enorme carinho e popularidade que João Moura ainda tem por parte dos aficionados, depois de 45 anos de alternativa e mais de 50 anos de toureio. Numa noite com 4 Mouras, foi atrás do consagrado que as pessoas, antes e no fim, quiseram tirar fotos, apoiando-o incondicionalmente. Uma verdadeira onda mourista ontem em Reguengos. A provar que a Revolução Mourista continua bem viva!
A praça de Reguengos registou dois terços fortíssimos das bancadas preenchidos, quase lotada. Ambiente formidável numa data tradicional, mas na véspera de um dia de trabalho e no interior do Alentejo.
Toiros de Joaquim Brito Paes (que deu volta à arena com o Maestro – foto de cima) e um, o terceiro, de António Raul Brito Paes (tendo António Maria B. Paes dado volta à arena com Miguel Moura) – curro excelente, onde se destacou o soberbo segundo e onde menos bem esteve o quinto, ainda assim superiormente lidado por João Moura Júnior. Toiros com pesos na ordem dos 490 quilos, que contribuiram para uma noite inesquecível.
Forcados pegaram tudo à primeira. José Maria Passanha, António Prazeres e Miguel Direito (que infelizmente se lesionou) saltaram à arena pelo Grupo de Évora. Pelo de Monsaraz, foram caras Ricardo Cardoso, Gabriel Oliveira e André Mendes.
Moura Pai esteve regular no primeiro e encastado no segundo, que quis receber sem bandarilheiros e que após o primeiro comprido foi apertado em tábuas, não evitando uma queda. Viveram-se momentos de algum pânico, mas tudo se resolveu e o Maestro voltou para rematar com brilhantismo a sua derradeira lide com ferros ao estribo e brega mourista extraordinária, parecia ele que tinha 18 anos outra vez!
Moura Jr. esteve soberbo no primeiro e bem no segundo. Miguel, bem no primeiro e melhor ainda no seu segundo. Tomás, esforçado mas pouco rodado, fez pela vida numa lide irregular, com salpicos de alguma qualidade, com o público sempre com ele.
Corrida muito bem dirigida por Agostinho Borges, que esteve ontem assessorado pela médica veterinária Ana Gomes.
Noite muito agradável para ficar na História. Nota final para a falta de homenagem formal ao homenageado da noite, pelo menos que eu tenha tido conhecimento.
E um pormenor que pode ser pormaior: Tomás Moura fez 15 anos no passado dia 13. Só por isso foi autorizado a tourear e teve que se sujeitar a um escrutínio da CPCJ. Teve que mostrar as notas escolares e outros requisitos para poder tourear ontem.
Fotos D.R.
Ganadeiro António Maria B. Paes deu volta à arena
com Miguel Moura e o forcado eborense António
Prazeres (terceiro toiro)
Muito público em Reguengos na noite de homenagem a João
Moura (foto captada antes do início da corrida)
João Moura Jr. esteve soberbo no seu primeiro toiro
Todos se quiserem fotografar com o Maestro
Luis Diogo Caetano, autor desta crónica, com seu filho Pedro
Romeiros de Vila Bom: Joaquim Pinto Cordeiro, Francisco do
Canto, Luis Machado e Joaquim Caldeira Fernandes
Manuel Lucas e Toíca Pinto Cordeiro
Francisca Moreira da Silva, Teresa, Manuel e Francisco Lucas
e Manuel Caetano, dois bons amigos do Tomás Moura
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