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Ausência de Rui Salvador na temporada do Campo Pequeno gera grande polémica nas redes sociais: apoderado Carlos Amorim diz-nos de sua justiça

Rui Salvador cumpre esta temporada 40 anos de alternativa e despede-se das arenas. Natural de Tomar, toureou pela primeira vez em público na praça de Vila Nova da Barquinha em 13 de Fevereiro de 1976 e tornou-se cavaleiro profissional na noite de 9 de Agosto de 1984 na praça de toiros do Campo Pequeno, na 9ª Corrida da Rádio, recebendo a alternativa das mãos do saudoso José Mestre Batista, com o testemunho de João Moura (cartaz em baixo).

Mas 40 anos depois e no ano em que diz adeus às arenas, o cavaleiro dos «ferros impossíveis» é o grande ausente da curta temporada do Campo Pequeno (quatro corridas apenas). 

Nas redes sociais, essa ausência está a gerar grande polémica – e o «Farpas» quis saber os porquês de Rui Salvador se despedir noutras praças (na da sua terra, Tomar, por exemplo) e não pisar pela última vez a arena da primeira praça do país, onde se doutorou há quatro décadas.

José Carlos Amorim, apoderado do cavaleiro tomarense (ambos na foto de cima), deu-nos a sua versão:

«Obviamente que o Rui gostava de se despedir no Campo Pequeno, por todas as razões, mas sobretudo por ser a primeira praça do país e a praça onde há quarenta anos tomou a alternativa. Tivemos um primeiro contacto com o empresário e nosso amigo Luis Miguel Pombeiro, o Rui chegou mesmo a almoçar com ele, e ficou tudo acertado. Não houve qualquer desacordo financeiro, nada. Posteriormente, envolveram-se outros empresários e as conversas foram outras».

E acrescenta:

«Ofereceram ao Rui, como única alternativa, tourear na corrida de seis cavaleiros no dia 8 de Agosto. E o Rui queria que a sua despedida tivesse outra dignidade, queria tourear dois toiros e não só um. Isso, que fique claro, nada tendo a ver com os cavaleiros que estavam, estiveram ou estão nesse cartel. Com o maior respeito por todos, achamos que a despedida do Rui em Lisboa tinha que ter outra dignidade e outro impacto. Havia ainda a corrida de 22 de Agosto, cujo cartel não estava rematado na altura e onde o Rui poderia perfeitamente ter entrado, já com a possibilidade de lidar dois toiros, mas, pelos vistos, optaram por outra hipótese».

«Paciência, o Rui fará as suas despedidas noutras praças, irá a Tomar exactamente no dia em que se comemoram os quarenta anos da alternativa, a 9 de Agosto, despedindo-se na sua cidade, irá a outras terras. É pena e é triste que não se despeça no Campo Pequeno, mas ninguém morre por isso. Houve contactos, houve uma possibilidade que estava praticamente concretizada, nunca hostilizei ninguém, nunca me dei mal com ninguém, mas a realidade é que depois as coisas alteraram-se. Foi isto que aconteceu» – afirma Amorim, a terminar.

Fotos Emílio de Jesus/Arquivo e M. Alvarenga

Momento da alternativa de Rui Salvador (cartaz em baixo)
há 40 anos no Campo Pequeno, apadrinhado por Mestre Batista


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