Ladeado pelos parceiros Samuel Silva e Jorge Dias (da empresa Toiros com Arte), dando agora uma nova imagem de maior força e mais solidez (uma coisa é estar sózinho na luta, outra é ter mais dois guerreiros a seu lado), o empresário Luis Miguel Pombeiro (Ovação e Palmas) oficializou ontem os quatro cartéis da (infelizmente pequena) temporada do Campo Pequeno, confirmando os elencos que já todos conheciam.
O acto de apresentação dos quatro cartéis teve lugar ao final da tarde no sempre selecto Salão Nobre da praça de toiros de Lisboa, com a presença de todos os cavaleiros (à excepção de Pablo Hermoso de Mendoza) e de representantes e alguns cabos dos grupos de forcados contratados, bem como dos presidentes das associações de empresários, de ganadeiros e de forcados, respectivamente Paulo Pessoa de Carvalho, João Santos Andrade e Francisco Macedo (também presidente da Federação Prótoiro). Presentes também os representantes de algumas das quatro ganadarias que vão ser lidadas este ano na capital.
Luis Miguel Pombeiro foi fazendo a apresentação dos elencos um a um, justificando os porquês de cada cartel, dando ênfase sobretudo às corridas de despedida de Rui Salvador (22 de Agosto) e de Pablo Hermoso (6 de Setembro).
Na corrida de abertura dca temporada, a 4 de Julho, serão homenageados dois dos maiores Forcados de sempre: Nuno Megre (Grupo de Santarém) e João Cortes (ex-cabo do Grupo de Montemor).
Questionado pelo Director do «Farpas» no período de perguntas e respostas sobre as razões da ausência do toureio a pé nesta temporada do Campo Pequeno, Pombeiro alegou «a fraca adesão de público» nos últimos anos às corridas mistas em Lisboa, frisando que «perdeu dinheiro em todas» e que por isso, e apesar de recordar o grande triunfo ali obtido no último ano por Manuel Dias Gomes, esclareceu que tanto ele como os seus parceiros decidiram este ano suprimir os matadores dos quatro cartéis, não afastando, obviamente, a possibilidade de regressarem em próximas ocasiões, como, aliás, sucedeu sempre nos quatro anos em que o empresário está na gestão da primeira praça do país.
Usaram depois da palavra todos os cavaleiros e representantes dos grupos de forcados presentes, tendo na generalidade realçado a excelente composição dos quatro cartéis. António Ribeiro Telles lamentou o facto – que todos lamentam também – de o Campo Pequeno, «uma praça tão emblemática e tão grandiosa e com tanta história», ser agora palco de apenas quatro corridas, lembrando que no final dos anos 80 chegou numa época a tourear nove vezes em Lisboa.
Destaque para o bonito gesto de a maioria dos jovens cavaleiros presentes terem enaltecido e louvado a trajectória de Rui Salvador, que dia 22 de Agosto se despede no Campo Pequeno e que foi para todos eles um exemplo e uma referência.
Paulo Pessoa de Carvalho, presidente da Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos, teve uma eloquente e muito positiva intervenção, enaltecendo a parceria que Pombeiro e os dois empresários da Toiros com Arte fizeram nesta temporada, fazendo votos para que seja o princípio de «um casamento duradouro» e com «bons frutos para a tauromaquia».
No final, usou da palavra o empresário Samuel Silva, que se congratulou também pela união com Luis M. Pombeiro nesta e noutras praças e, com humildade e dignidade, assumiu que tinham cometido alguns erros iniciais, entre os quais a não contratação dos dois Ruis (Salvador, que se despede; e Fernandes, que não vinha a esta praça há quatro anos), mas que felizmente foram depois corrigidos.
Findo o acto de apresentação dos cartéis, seguiu-se um beberete no Restaurante «Rubro» em que toureiros, forcados, empresários e jornalistas viveram um animado convívio.
Em baixo, a foto de grupo dos cavaleiros e representes dos grupos de forcados que compõem a temporada lisboeta e os quatro cartazes.
Já a seguir, não perca todas as fotos da cerimónia de ontem no Salão Nobre do Campo Pequeno – e, mais logo, leia a detalhada análise de Miguel Alvarenga aos quatro cartéis, depois de ontem, na sua curta intervenção, já ter aplaudido as duas empresas pela brilhante composição dos quatro bem rematados elencos, considerando que «é concerteza muito mais difícil montar uma temporada de apenas quatro corridas do que uma temporada com vinte espectáculos».
Fotos M. Alvarenga
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