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Dilúvio em Santarém na Corrida da CAP: bem sabemos que os agricultores querem chuva, mas podia ter sido noutro dia…


Ala que se faz tarde! O público em fuga desenfreada para os
corredores da praça quando começou o dilúvio

Miguel Alvarenga – Bem sabemos todos – e compreendemos muito bem – que os agricultores querem chuva, mas, caramba, podia ter sido noutro dia e noutro sítio qualquer!

Até estava calor e sol ao início da corrida em Santarém. Mas depois das cortesias, valha-nos Deus, caiu uma violenta carga de água, se calhar por ser a Corrida da CAP e os agricultores, coitados, se andarem sempre a queixar da falta de chuva, pode ter sido isso, o público desandou em correria desenfreada das bancadas para os corredores da praça, eu armei-me em herói e fiquei, com a camisola a fazer de guarda-chuva e com as máquinas fotográficas protegidas, a camisa já ensopada em água (se apanhar uma constipação, a culpa foi de quem decidiu continuar com a corrida por diante… sem que estivessem reunidas as mínimas condições para tal) e esperámos todos quinze molhadíssimos minutos, anunciaram aos altifalantes que a corrida ia ficar suspensa por um quarto de hora e depois se veria…

Continuava a chover a potes, mas passados os tais quinze minutos, com as bancadas quase vazias (havia ontem meia casa em Santarém, menos que na corrida de Março), o público todo ainda protegido nos corredores da Monumental «Celestino Graça», a Direcção de corrida (presidida por Ana Pimenta) e a organização da mesma, a Associação Sector 9, decidiram dar início à função… Maldita hora em que decidiram assim…

Rui Fernandes lidou debaixo de um verdadeiro dilúvio o primeiro toiro da corrida, da ganadaria de Manuel Veiga (530 quilos). Foi complicado fotografar, foi complicado para o cavaleiro tourear. Sem público, sem ambiente, com um toiro que cumpriu e se deixou, mas foi uma lide com pouca chama, apesar da muita entrega de Rui Fernandes. A Banda, entretanto, dera sumiço e só voltaria às bancadas no quinto toiro. Portanto, até lá, ninguém teve música. Pode dar-se uma corrida sem Banda, mesmo admitindo que se tratou de uma situação anormal?… O Regulamento diz que não, mas…

Anda debaixo de chuva – e sem voltas à arena, apenas agradecimentos nos médios -, João Moura Júnior lidou em segundo lugar o toiro de Vinhas (com 635 quilos, peso a mais para um Santa Coloma…) e João Ribeiro Telles enfrentou o de Assunção Coimbra (com 490 quilos). 

O toiro de Vinhas foi nobre, era bonito, tinha presença. O de Coimbra foi um toiro mais reservado, mas que não complicou. Moura e Telles cumpriram a missão sem grandes alardes e ainda sem grande ambiente nas bancadas, apesar de alguns espectadores mais resistentes terem feito questão de, entretanto, já estar presentes. Público sofredor. Que come e cala e não protesta.

A chuva continuava e a corrida prosseguiu sem intervalo. Houve uma pequena reunião de apoderados e organizadores entre tábuas, não sei se com o objectivo de tentar suspender em definitivo a corrida (teria sido a medida mais acertada), mas a realidade é que o espectáculo continuou. Sem condições para que isso acontecesse…

Voltou Rui Fernandes para tourear o exemplar da ganadaria Dr. António Silva, com 590 quilos, com mobilidade e alguma transmissão, exigente, nada fácil. Com o piso da arena quase impróprio para se tourear, mas felizmente sem se registar nenhum acidente, Rui Fernandes pôs a carne no assador, demonstrou as muitas qualidades de grande lidador e acabou por protagonizar uma lide valorosa e emotiva. Ainda sem música, porque a banda continuava resguardada do dilúvio.

Com o quinto toiro, o de Murteira Grave (535 quilos), um bravo e bonito toiro que venceu, sem discussão, o Concurso de Ganadarias, veio finalmente o sol – e veio também a Banda. Já parecia outra corrida. Os quatro primeiros toiros fizeram-me lembrar as corridas da Ilha Terceira, tantas vezes marcadas por dilúvios como o de ontem.

Com o belíssimo exemplar de Murteira Grave, João Moura Júnior «rebentou com o quadro» e galvanizou o público, aquecendo por fim todo aquele público encharcado e ainda com as camisas coladas ao corpo. Bregou «à Moura», ladeou, cravou ferros de muita emoção e terminou com duas «mourinas» de levantar a praça.

A seguir veio João Ribeiro Telles para lidar o toirão de Veiga Teixeira, de apresentação fantástica, com 630 quilos. Foi esperá-lo Telles à porta dos sustos e o toiro saíu com imensa pata, emocionando o público, provocando aplausos. Se houvesse prémio de apresentação, certamente tê-lo-ia ganho, mas o concurso de ontem (de que foram júris os membros da Associação Sector 9) tinha apenas e só em disputa um prémio para o «melhor toiro».

João Telles respondeu a Moura com outro triunfo notável, criando maior expectativa para a Corrida do Ano que hoje, domingo, se realiza em Portalegre e onde ambos se voltam a defrontar – e também com Bastinhas e Palha.

Esteve Telles ao seu melhor nível, numa lide de muita categoria e grande valor, tendo sobretudo em conta que o piso não estava nas melhores condições depois do dilúvio e João até disso se esqueceu, arriscando, pisando terrenos de alto compromisso, terminando com dois ferros imponentes com o fantástico cavalo «Ilusionista».

Quem triunfou? Rui Fernandes esteve enorme com o toiro de Silva; Moura Jr. esteve acima da média com o de Grave; e Telles esteve imponente com o de Veiga Teixeira. Os três triunfaram. Mas, para mim, o triunfador maior ontem foi o público. Que resistiu à tempestade, ficou molhado até aos ossos e acabou por não arredar pé. Ele há dias assim…

A corrida devia ter sido suspensa? Devia, sim senhor. Foi um erro deixá-la continuar nas condições em que decorreu até ao quinto toiro. O público merece maior respeito. Mas ali era preso por ter cão e preso por o não ter. Se a tivessem suspendido, teriam chovido protestos? Talvez. O público nacional é fantástico. Sofre e gosta de sofrer. Ou, pelo menos, não se importa de sofrer… Dia maldito para ir aos toiros!

Intervenções acertadas dos bandarilheiros Hugo Silva e João Santos, João Ganhão e Benito Moura. E a quadrilha de João Telles – Duarte Alegrete e Miguel Batista – outra vez a marcar a diferença.

No meio do dilúvio, triunfo dos Forcados de Santarém e de Montemor. Já a seguir, vamos ver aqui as sequências das seis pegas. A crónica, desta vez, fica feita em primeiro lugar.

Por Santarém pegaram Salvador Ribeiro de Almeida (à primeira), Caetano Gallego (à primeira) e Francisco Cabaço (à segunda). Por Montemor foram caras Francisco Borges (à primeira), Vasco Ponce (à terceira) e José Maria Cortes Pena Monteiro (à segunda).

Ana Pimenta até esteve bem na direcção da corrida. A única falha foi mesmo a de ter permitido que o espectáculo prosseguisse sem estarem reunidas as mínimas condições para que isso acontecesse… José Luis da Cruz foi o médico veterinário de serviço e José Henriques deu os toques com a arte que lhe reconhecemos.

Resumindo e concluindo, aceitemos o dilúvio e não nos vamos aborrecer assim tanto por terem andado para a frente com uma corrida que deveria ter sido travada logo ao início, apenas e só por se tratar da Corrida da CAP e os agricultores, coitados, andarem há tantos meses a rezar para que venha água…

Esta foi a primeira Corrida da CAP com a presença do novo presidente da confederação, o embaixador Álvaro Mendonça e Moura, que foi quem entregou o prémio do melhor toiro a Joaquim Grave… mas a quem ninguém se lembrou de brindar uma lide ou uma pega.

E venha a próxima corrida no sábado, Dia de Portugal. Desta vez não me esquecerei de levar gabardine e chapéu de chuva, não vá o diabo voltar a tecê-las… Chiça, penico, chapéu de côco!

Fotos M. Alvarenga



Heróico público: os resistentes que permaneceram na bancada


Rui Fernandes: lide grande ao exigente toiro de Silva


João Moura Jr. galvanizou público encharcado com o magnífico
toiro de Murteira Grave


João Telles: actuação empolgante com o toiro de Veiga Teixeira


O embaixador Mendonça e Moura, novo presidente
da CAP, entregou a Joaquim Grave o prémio para
o melhor toiro

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