Aspecto das cortesias com praça cheia; e, em baixo, a equipa
de desportos motorizados Parte Manetes entregando dois
cheques de donativos aos Bombeiros e Escuteiros da Benedita
Fernando José (texto e fotos) – «Que espectacular ambiente», «que grande corrida», «que grande tarde de toiros» – foi assim que os aficionados que, como manda a tradição, avaliaram e encheram por completo a praça na XIX Corrida de Toiros da Benedita no último domingo, 18 de Junho.
Com o tempo a ajudar, os seis cavaleiros foram recebidos num ambiente de festa sempre muito aplaudidos desde a sua entrada em praça, cabendo a Sónia Matias abrir as hostilidades. A cavaleira de Porto Alto mal pisou a arena foi «surpreendida» pela banda de música a tocar-lhe os Parabéns pela comemoração dos seus 23 anos de alternativa, momento que a emocionou, mas que também a galvanizou para uma lide de entrega, com ferros de muito boa nota, terminando a sua actuação com uma sorte de violino muito bem executada. No final, a popular cavaleira mostrava o seu rosto cheio de emoção, muita alegria e contentamento pela sua boa actuação.
De seguida foi a vez o triunfador do ano passado, Gonçalo Fernandes, por mérito, voltar a entrar na praça da Benedita para executar uma lide de perfeição, quer a cravar a ferragem, quer na brega, partilhando sempre o seu contentamento com os aficionados que lhe retribuíram fortes aplausos. Nota muito alta para um ferro curto junto da porta dos cavalos. Um «teste positivo» para a temporada do cavaleiro de Seia, que brindou a sua lide ao responsável pela organização, João Guerra.
Para o terceiro da tarde, fez a sua estreia na Benedita a «irreverente» Ana Rita, que desde cedo «aqueceu» – e de que maneira – as bancadas com o público a levantar-se aplaudindo a sua actuação. A cavaleira ribatejana arrimou-se, mostrou as suas qualidades com um toureio muito bem executado, sempre com o toiro bem colocado, que lhe permitiu mostrar o seu valor. A terminar a sua lide, a cavaleira que faz grande parte da sua temporada em Espanha, cravou um violino e três palmitos que levaram ao rubro o público na praça.
Na segunda parte foi a vez de Francisco Núncio mostrar o seu valor, a sua arte de toureio clássico com ferros muitos perfeitos e boa brega, os aficionados gostaram do que viram e também lhe retribuíram fortes aplausos.
Diz o ditado popular que «não há quinto mau», mas a sorte desta vez não esteve com o praticante António Mendonça, que toureava a primeira vez esta temporada. Acusou as boas prestações dos seus colegas, apanhou pela frente um toiro a pedir contas que não lhe facilitou em nada a sua papeleta, mostrou-se muito tenso e algo nervoso, factores que não ajudaram em nada a sua actuação, desejamos-lhe tardes mais felizes.
Para lidar o último toiro da tarde e já com a «fasquia demasiado alta» aguardava-se com alguma expectativa a lide do jovem rejoneador espanhol Francisco Canales, que desde os primeiros minutos em praça mostrou ao que vinha, muito bem montado, pautou a sua actuação com elevação, preparando muito bem as sortes, cravando a ferragem sempre com nota alta e rematando com brega bem templada. O cavaleiro espanhol «obrigou» o público a levantar-se e a ver grande parte da sua lide de pé.
Em jeito de remate apraz-nos afirmar que Francisco Canales carimbou com selo de oiro a sua actuação na Benedita e fechou da melhor maneira esta grande tarde de toiros, pese embora ainda muito jovem espelhava no seu rosto uma felicidade e alegria enorme.
No que diz respeito às pegas, ambos os cabos dos dois grupos – Pedro Maria Gomes, dos Amadores de Lisboa, e Rodolfo Costa, dos Amadores de Arruda dos Vinhos, que este ano comemoram o seu 15º aniversário – optaram por dar oportunidade aos mais novos.
Pelos Amadores de Lisboa pegaram Duarte Nascimento (à terceira) Miguel Santos (primeira) e Pedro Sortes (quarta). Já pelos Amadores de Arruda dos Vinhos foram para a cara Gonçalo Dias (segunda), Henrique Gonçalves (primeira) e Nuno Aniceto (primeira).
Fica uma palavra de apreço pela boa actuação da Banda Comércio e Indústria de Caldas da Rainha e os parabéns para a ganadaria António Valente pelo valoroso curro que trouxe para a Benedita, toiros com boa apresentação, com boa saída, com pata, que valorizaram as lides dos cavaleiros, bem podia ter chamado à praça o representante da ganadaria que pasta no Baixo Mondego.
Por último também temos que dar os parabéns à equipa da organização liderada por João Guerra, que somou mais um êxito nesta fabulosa corrida de toiros e deixou a fasquia muito alta para a XX edição que se irá realizar em 2024.
Primeira pega dos Amadores de Lisboa
Rodolfo Costa, cabo do GFA de Arruda dos Vinhos, no momento
da homenagem aos 15 anos da fundação do seu Grupo
Read Morehttp://farpasblogue.blogspot.com/
