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Manhã de terror no hospital…

Miguel Alvarenga – Eram 9 horas da matina e já eu estava a dar entrada no hospital, com o meu irmão Nuno. Assim como um condenado que sobe ao cadafalso, tal o pavor que tenho de agulhas e de tirar sangue. Fui fazer aquelas análises rotineiras que toda a gente deve fazer anualmente e a que me escapo sempre, fazendo-as mais ou menos de dois em dois, ou até mais espaçadas…

Nos últimos dois anos fartei-me de levar picadelas com essa mania que inventaram das pessoas terem que se vacinar, foram quatro vacinas em tão pouco tempo, contra a pandemia dos chineses. Foram agulhas a mais para quem tanto as abomina…

Mas desta vez teve que ser. Não me largavam todos, tens que ir fazer análises, não podes brincar com essas coisas, na tua idade tem que se fazer análises todos os anos. Irra! Já não os podia ouvir. E lá fui.

O despertador tocou, com aquele toque irritante que dá vontade de o atirar contra a parede com toda a violência, às sete da manhã. Acordei sobressaltado. Dormia mal há pelo menos duas noites, a pensar na manhã trágica de quarta-feira e na ida ao hospital para tirar sangue. Ontem à noite custou-me imenso a adormecer, mergulhado na leitura, outra vez, do fantástico livro «Contos do Gin-Tonic» de Mário Henrique Leiria, que me deliciara nos anos 70 e agora foi reeditado pelo jornal «Público». Virei-me para o lado, que se lixe o despertador e as análises, não vou e pronto, fica para a próxima, adia-se… Mas depois pensei melhor, não senhor, sou ou não sou um herói?, ainda há pouco tempo também fui ao dentista e também tenho pavor, vamos lá levantar, tomar banho, fazer a barba e seguir em frente! E fui. A rogar pragas à decisão de ir.

Chegámos lá e tirámos uma senha. A do Nuno era a 74 e a minha a 75, sempre ia ele primeiro. Mas não foi. Chamaram-nos ao mesmo tempo, estava pouca gente para tirar sangue. E deu-se a tourada do costume…

O Nuno entrou e sentou-se que nem um valente em frente da enfermeira. Poisou o braço na mesa, arregaçou a manga da camisa e aí vai disto. Eu não. Fiquei a olhar para aquele quadro e a pensar cá para mim como eu seria mais feliz se fosse tão valente como o meu irmão é. Mas não sou. E pronto.

A enfermeira era uma rapariga nova, gira e simpática. Diga-me o seu nome completo e eu disse, não a quis enganar. Ela não me disse o dela. E avisei-a logo:

– Não posso tirar sangue aqui sentado na sua frente, tenho pavor e é um instantinho enquanto desmaio, se não sucumbir mesmo, tem que ser deitado na marquesa…

– Tem assim tanto medo?… – interrogou a bonita rapariga, com um meio sorriso, mas com muita compreensão: Eu percebo… vamos lá.

– Muito mais do que calcula. Não durmo bem há duas noites só de pensar neste momento, preferia que me tivessem mandado para a guerra da Ucrânia… – respondi eu, já em versão apavorado, porque raio me fui meter nisto?…. Porque é que não fiquei a dormir?

E ela riu-se.

– Bom, então vá-se lá deitar na marquesa e arregace a manga, que eu já vou ter consigo e vai ver que não custa nada.

Arrecadei a cortina, ficou toda a gente a olhar para mim e uns até se riram e eu ri-me também: Tenho pena, mas tem mesmo que ser assim.

Deitei-me na marquesa, que não era da Alorna, arregacei a manga sem vontade nenhuma de a arregaçar e a rapariga lá veio. Acho que tremia por todo o lado, mas continuava a tentar convencer-me de que sou, na verdade, um herói. Eu próprio não estaria ali naquele momento se não fosse um grande herói. Deviam até erguer-me uma estátua à entrada do hospital.

– Descontraia-se, fique calmo, não vai sentir nada – disse a enfermeira.

E eu tentei descontrair-me, tentei ficar calmo, como ela aconselhou. Mas sabia que estava apavorado. Disfarcei.

– Pronto, já está! -disse-me ela.

– Já acabou?

– Não, já está a agulha, agora é só um bocadinho para encher o tubo.

– Precisa ser cheio? Não pode ficar por metade?

– Não, tem que ser cheio. Já está. Vou pôr-lhe um penso e pronto.

Penso esse que jamais tirarei nos próximos dias. E mal caia no duche, ponho logo outro no mesmo sítio…

Senti só a picadela. Mais nada. Realmente, não custou assim tanto. Custou só o stress em que andei nestes dias, o pavor com que acordei esta manhã, a ansiedade com que fiz o caminho de casa ao hospital. Sou um piegas bestial, tenho terror a agulhas e injecções. Mas saí dali todo radiante, de cabeça erguida e a dar vivas a mim próprio pelo herói que fui esta manhã. Ninguém bateu palmas, mas eu até acho que ouvi aplausos…

E agora, adeus, amigos meus. Não contem mais comigo hoje. Não me telefonem a dar notícias, não me mandem cartazes de touradas. Não vou voltar aqui até amanhã, a não ser que caiam as Torres Gémeas… Vou descansar o resto do dia, ver se passa o stress, fumar um cigarrinho ou mesmo dois, beber, excepcionalmente, uma cerveja ou mesmo um gin-tonic, procurar recompor-me de tamanha odisseia.

Até amanhã!

Foto D.R.

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