TELEGRAMA TAURINO
Manuel Escribano y el riesgo a flor de piel en su portagayola al primeroPerera y ‘Anárquico’: una faena de excelsa profundidad y un toro bravo de verdadEl secreto que escondía la corrida de Victorino en Sevilla: se lidió la descendencia de ‘Belador’Silenciado con el primero EscribanoDavid Galván intensifica su preparación de cara a su doble compromiso en Las VentasEl toro de Victorino que se quedó aculado en el toril sin querer salir durante casi 4 minutos el sábado en SevillaHellín sale a concursoSevilla: 10ª de abono – Una oreja de oro y dos de bisuteríaNace Taurocromos, el mayor coleccionable taurinoInforme de ANOET: La fiesta de los toros crece en EspañaCésar Ruiz triunfa en suelo yucateco, obtuvo orejas y raboSantiago López Ortega y Juan Pablo Ibarra anunciados en las semifinales de Kilómetro CeroCésar Ruiz triunfa en suelo yucateco, obtuvo orejas y raboTodos los toros de Juan Pedro Domecq para 2025: una camada de ensueñoAna Rita encabeza la corrida mixta del próximo 25 de mayo en YeclaGaldós y Garrido llenan y cautivan en Coaza‘Estallido’ total de toros por televisión: Telemadrid, Canal Sur, CMMedia, La 7 de Murcia y Aragón TV anuncian 6 corridas para esta semanaLa Comunidad de Madrid renueva los tendidos altos de la Plaza de Las Ventas para San IsidroEl informe ANOET de la temporada 2024 indica que la Tauromaquia sigue creciendo en nuestro paísCristóbal Soria se rinde a Las Ventas antes de San Isidro: «Este sí es el templo de Madrid»

Santa Eulália, altar de uma aficion tão especial

Alberto Barradas e sua filha Ana – na Capela ontem inaugurada
na centenária praça de toiros de Santa Eulália

Miguel Alvarenga – Não ia há muitos anos à bonita, acolhedora e já tão antiga praça de toiros de Santa Eulália, para as bandas de Elvas, de cuja construção foi grande dinamizador o avô do saudoso José Tello Barradas, ontem homenageado – ou antes, lembrado um ano mais, como prefere referir seu irmão Alberto, a alma deste Memorial que se realizou pela terceira vez – nesta que é a terra de tão ilustre e aficionada família alentejana.

Alberto Barradas é hoje o herdeiro desta que foi a grande paixão de seu lembrado avô e a praça de Santa Eulália é, há muitos anos, a menina dos seus olhos. «Enquanto eu cá andar, haverá sempre festejos nesta praça», disse-me no decorrer do agradabilíssimo almoço que juntou no seu monte um grupo de bons amigos, a anteceder o festival em tarde de calor a lembrar os dias de Verão.

O festival, único festejo taurino que se realizou neste fim-de-semana em Portugal, depois do chuvoso fim-de-semana de muitos adiamentos na Páscoa e agora com um calor já meio incomodativo, encheu a praça até às bandeiras, pouco faltando para esgotar a sua lotação. O excelente e atractivo cartel, mas também a memória de José Barradas e o respeito e admiração que os aficionados ainda hoje nutrem pela sua inesquecível figura, muito contribuíram para isso.

Embora já tivesse lidado novilhos em outras praças, caso das de Vila Franca e da Moita, o festival de ontem fica marcado pela estreia com um curro completo, ainda que de novilhos, da ganadaria de António Manuel Silva, que é desde o ano passado o apoderado da cavaleira Ana Batista e integra, também desde a última temporada, a nova e dinâmica comissão gestora da praça de Salvaterra de Magos.

E aplauda-se, desde já, a estreia da nova ganadaria. Bem apresentados, com trapio muito superior ao que é exigido num festival, com transmissão e sem facilitar, exigentes, os novilhos da divisa Foro do Almeida (assim se denomina a nova ganadaria) caracterizaram-se pelo bom jogo, havendo que destacar a qualidade dos lidados em primeiro e terceiro lugar.

Em termos artísticos, o festejo agradou, sem ter sido bom nem mau. Foi um festival assim-assim de princípio de temporada, em que os cavaleiros puseram à prova novas montadas e outras já mais veteranas, mas neste momento ainda pouco rodadas.

A lide mais destacada e mais aplaudida foi a de Ana Batista frente ao terceiro e bom novilho da tarde, sobretudo quando montada no fantástico cavalo-craque com o ferro de Pablo Hermoso, dando precisamente continuidade aos triunfos que com ele alcançou no ano anterior. 

Com a maestria de sempre, João Moura aproveitou a qualidade do primeiro novilho para rubricar uma lide que mereceu as ovações e o respeito do público. Não me canso de dizer que uma rigorosa dieta lhe traria certamente um novo fôlego, porque a raça e o saber, esses são apanágios eternos do Maestro que aos 64 anos continua a tratar os toiros por tu.

António Ribeiro Telles redimiu-se ontem de uma presença menos feliz na recente corrida de Almeirim. As coisas correrem melhor ao Mestre dos Mestres, já com os cavalos mais afinados e a denotarem muito maior confiança e tranquilidade nas abordagens ao novilho. António «mais António» em Santa Eulália. Muito mais, mesmo.

Marcos Bastinhas tinha aqui o primeiro compromisso desta nova temporada e chegou com a vontade e as ganas de sempre. Muito bem na primeira metade da lide, a receber com bonitos recortes, a cravar dois bons compridos de poder a poder e depois a entusiasmar com dois «quiebros» de grande emoção. Menos bem, depois, quando se perfilou para o habitual e sempre exigido par de bandarilhas, que ficou por meio e depois sofrendo um aparatoso encontrão contra as tábuas na segunda tentativa, acabando por não deixar o par de bandarilhas e por recusar depois a volta à arena.

Também Francisco Palha esteve ontem algo distante do seu melhor, com um novilho que incomodava e pedia contas. Uma actuação com altos e baixos que o próprio reconheceu, com dignidade e respeito pelo público, não ter tido o costumeiro brilhantismo a que nos habituou, negando também dar a volta à arena.

Fechou o festejo, com imensos ferros depois de falhar alguns, o jovem cavaleiro amador Tomás Moura, que tinha aqui, salvo erro, a sua terceira actuação em público, depois da estreia no ano passado em Reguengos e da repetição em Portalegre na encerrona de seu pai. Tomás tem raça, tem valor e tem uma intuição própria do sangue que lhe corre nas veias. É mais um Moura e o resto vão ser cantigas. Precisa, obviamente, de rodar e de caminhar muito – mas está bem encaminhado e mesmo em início de carreira, são já bem evidentes as qualidades que demonstra. A história vai ter continuidade e a saga dos Moura promete não ter fim.

Nas pegas, de que mais logo vamos mostrar todas as fotos, estiveram os forcados de Arronches (Gabriel Pimenta ao primeiro intento e João David Costa ao segundo), os Académicos de Elvas (João Carlos à terceira e Miguel Sadio à quarta) e os Amadores de Coimbra (João Cavaleiro na grande pega da tarde ao primeiro intento e Guilherme Santos na última, à quarta tentativa).

Aplausos para todos os bandarilheiros das quadrilhas dos seis cavaleiros e para a acertada direcção desempenhada pelo eficiente e sempre correcto Marco Gomes, que esteve assessorado pelo médico veterinário José Miguel Guerra.

Houve brindes dos forcados a Alberto Barradas, grande impulsionador da realização deste festival conjuntamente com o empresário Luis Pires dos Santos; um brinde de Marcos Bastinhas a Ana Barradas, filha de Alberto Barradas; outro de Tomás Moura e António Telles. 

E, infelizmente, nenhum brinde a Rondão de Almeida, o aficionado presidente da Câmara de Elvas que ontem nos honrou, como sempre, com a sua presença num camarote, sendo lamentavelmente esquecido pelos toureiros e pelos forcados… que nunca se dignaram saudar a sua ilustre presença na praça.

Obra, também, da grandeza com que Alberto Barradas e sua ilustre família – com destaque neste caso concreto para sua filha Ana – honram a história desta bonita centenária praça de toiros, foi ontem inaugurada a Capela (foto de cima) – no páteo de quadrilhas, no local onde existiu uma antiga cavalariça que há muitos anos não era utilizada.

Valeu a pena a longa caminhada de ontem até Santa Eulália, onde, repito, não ia há muitos anos, de onde guardo bonitas recordações com o nosso querido Emílio, de que recordo ainda a presença de José Barradas, entusiasmado, numa tarde, se bem me lembro, em que a sua praça foi reinaugurada, muitos anos depois de seu avô ter sido o grande obreiro da sua construção.

Há lugares onde, pela história daqueles que a escreveram, a Festa tem um sabor especial. E Santa Eulália é um desses lugares sagrados.

Fotos M. Alvarenga

Rondão de Almeida: presidente da Câmara de Elvas
honrou a tauromaquia com a sua presença, mas 
não houve um toureiro nem um forcado que se
lembrassem de o brindar e de o saudar…
 

Leer máshttp://farpasblogue.blogspot.com/

By

Deja una respuesta

Tu dirección de correo electrónico no será publicada. Los campos obligatorios están marcados con *

Related Posts

No widgets found. Go to Widget page and add the widget in Offcanvas Sidebar Widget Area.