Depois da memorável actuação na corrida de quinta-feira da Ascensão na Chamusca, premiada com o troféu que estava em disputa para a melhor lide, Francisco Palha voltou a deitar cartas de pleno triunfador este sábado na corrida celebrada na praça alentejana de Moura e onde se lidaram toiros «à moda antiga» da centenária ganadaria Palha, encastados, difíceis, exigentes na generalidade, à excepção do primeiro, toiros daqueles que tiram o sono aos toureiros.
O Maestro João Moura – ainda e sempre, a dar a cara com toiros difíceis, como se tivesse outra vez 16 anos – teve uma lide correcta e com bons momentos de toureio frente ao primeiro toiro da tarde, de fácil comportamento, sem complicar.
No quarto da ordem, difícil e encastado, um Palha «à antiga», como os restantes, João Moura alternou momentos altos com outros menos bons. Com um toiro a complicar a função, o Maestro subiu de tom depois de mudar de cavalo, terminando com dois curtos de excelente execução. Deu volta à arena nos dois toiros.
Francisco Palha (foto) foi o grande triunfador da tarde, com uma lide brilhante e emotiva frente ao seu primeiro toiro, de muita transmissão e a exigir tudo bem feito. Palha pisou terrenos proibidos, chegando ao êxito e levando o público ao rubro quer nos ferros compridos, quer os curtos.
No seu segundo toiro, manso encastado, toiro duro, Francisco Palha esteve magistral. Frente a um toiro que não permitia um erro, Palhinha deu-lhe vantagens e com soberbo domínio das sortes cravou os melhores ferros curtos da tarde, um deles comprometendo altamente a montada, que resultou emocionante. Os toiros do primo João Folque, com ele, não ganharam a batalha. Francisco Palha deu aplaudidas voltas à arena nos dois toiros.
Tristão Telles Queiroz teve uma tarde difícil com toiros exigentes, daqueles que «pedem o cartão de identidade», como todos os que sairam à arena de Moura este sábado. Poderá dizer-se, sem que isso retire qualquer brilho a tão promissor cavaleiro, que Tristão está em início de carreira, ainda algo verde para um compromisso como este de sábado em Moura. Mas há que realçar também que esteve valente como as armas, nunca virando a cara.
Nota altíssima para o desempenho de todos os bandarilheiros nesta tarde dura e difícil.
No seu primeiro toiro teve alguns ferros de muito boa nota, alternados com momentos menos conseguidos. Estes toiros não perdoam um deslize. No seu segundo, outro toiro duro e difícil, Tristão protagonizou uma lide mais irregular que a anterior. Ainda assim, foi de frente para o toiro, ousado, arriscando bastante, conseguindo alguns ferros de qualidade. Não deu volta nos dois toiros, apesar de concedida pelo director de corrida.
Pegaram os forcados dos grupos de São Manços (Diogo Brejo numa grande pega à primeira e Manuel Trindade, também à primeira), Real Grupo de Moura (João Ferreira também numa belíssima pega ao primeiro intento, vencedora do prémio em disputa; e José Maria Costa Pinto à segunda tentativa) e Beja (Miguel Pavia à terceira tentativa e Manuel Vicente à primeira).
Domingos Jeremias foi o competente director de corrida e esteve assessorado pelo reputado médico veterinário José Luis da Cruz.
Foto João Canhoto
Leer máshttp://farpasblogue.blogspot.com/