Seria muito bom – era mesmo necessário e urgente! – que os nossos empresários entendessem um dia que, com estas temperaturas elevadíssimas, é um «suicídio» (ou pelo menos, é «meio suicídio», porque arriscam sempre a que metade da praça, os sectores de sol, não tenham ninguém) dar touradas à tarde e, ainda por cima, no tórrido Alentejo!
Todos sabemos que os espectáculos de cantorias estão sempre, infelizmente, por cima e pela frente das touradas, e essa terá sido a razão porque a corrida de ontem em Alcácer do Sal (com temperaturas de 37 graus às seis e meia da tarde) se realizou à tarde e não à noite (como deveria ser), dado a agendamento de concertos nocturnos por ocasião da Feira Pimel. Ontem, às 22h00, cantava no recinto da feira Nininho Vaz Maia.
Assim sendo e apesar de o seu início, agendado para as 17h30, ter sido adiado uma hora (começou às 18h30), em dia de temperaturas tão altas, nunca é o atraso de uma hora que beneficia as coisas. Resultado: a praça «Mestre João Branco Núncio» registou uma forte entrada de dois terços, com os sectores de sombra a abarrotar e os de sol às moscas. Como é natural. E como era previsível.
Touradas à tarde com este calor – nunca!
Artisticamente e segundo tudo aquilo que lemos nos sites taurinos, a corrida decorreu de forma agradável. Lidaram-se seis toiros do Engº Jorge de Carvalho, tendo o maior destaque sido para o primeiro da tarde, um belíssimo exemplar que foi superiormente lidado por Luis Rouxinol (que brindou ao seu apoderado Rui Bento, que ontem cumpria o 35º aniversário da sua alternativa de matador de toiros em Badajoz).
João Moura Caetano valeu-se da sua experiência e da sua extraordinária quadra de cavalos para dar a volta ao segundo toiro da tarde, manso e que nunca rompeu.
Os terceiro e quarto toiros da tarde, sem terem atingido nota alta, serviram para o espectáculo e proporcionaram aplaudidas lides ao triunfador Marcos Bastinhas e ao regressado Emiliano Gamero.
Os dois Núncios, Francisco e António, bisnetos de Mestre João, cujo centenário da alternativa ontem se festejava, protagonizaram boas lides. O quinto toiro, com 600 quilos, foi o mais reservado, mas veio a mais ao longo da lide; e o último foi algo distraído, mas reagiu e foi a mais.
Grandes pegas dos Amadores de Montemor e Amadores de Lisboa. Pelos montemorenses, com três pegas à primeira, foram caras Francisco Bissaya Barreto (que brindou aos irmãos António e José Maria Pena Monteiro), que foi acudido na enfermaria a uma pequena lesão sem gravidade; João Vacas de Carvalho; e Vasco Ponce, que brindou ao presidente da Câmara.
Por Lisboa, pegaram Martim Marques à primeira; Duarte Mira à primeira; e Nuno Fitas ao segundo intento.
A corrida, iniciada pelas ruas de Alcácer com o majestoso cortejo de gala à antiga portuguesa, foi dirigida por Maria Florindo, assessorada pelo médico veterinário Alexandre Reis.
Nas redes sociais, o empresário Luis Miguel Pombeiro (Ovação e Palmas) prometeu «novidades para breve» e disse que «sem tanto calor, iremos esgotar a praça ‘Mestre João Branco Núncio’!».
«Mais uma vez, obrigado a Alcácer do Sal! Obrigado à fabulosa equipa do Município e aos meus colaboradores e amigos!» – acrescentou Luis M. Pombeiro, lançando o próximo desafio:
«Agora, outro desafio: Esgotar o Campo Pequeno nas quatro corridas! A Temporada de Sonho manterá o Campo Pequeno sempre!».
Fotos D.R.
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