Morreu Francisco Mendes, o quinto matador de toiros português, a quem o famoso cronista Pepe Luís dedicou um livro referindo-o como «o estilista de capa». Tinha 90 anos.
A triste notícia foi dada esta manhã por Joaquim Grave na rede social Facebook, a cuja ilustre família o toureiro estava ligado há muitos anos por fortes laços de amizade.
Francisco Mendes Silva Conceição, de seu nome completo, nasceu em Beja a 24 de Dezembro de 1932 e cedo sentiu o apelo do toureio a pé, participando em tentaderos quando tinha apenas 13 anos de idade.
Em Évora, para onde foi viver muito novo, na antiga Tertúlia Tauromáquica Eborense, recebeu os primeiros ensinamentos de Cayetano Ordoñez «Niño de la Palma», quanto este famoso matador, então bandarilheiro, integrava a quadrilha de Diamantino Vizeu.
Vestiu-se pela primeira vez de luces, fazendo a sua estreia nas arenas, a 15 de Agosto de 1950 na praça de Reguengos de Monsaraz, apresentando-se a 15 de Abril de 1951 no Campo Pequeno e a 22 de Julho do mesmo ano em Algés.
Francisco Mendes estreou-se em Espanha na praça de Pamplona a 17 de Agosto de 1952 e a 26 de Abril do ano seguinte debutou com picadores na Real Maestranza de Sevilha, onde gozou depois de enorme cartel.
A 10 de Agosto de 1954 recebeu a alternativa de matador de toiros em Málaga das mãos de António Ordoñez, com toiros de Conde de la Corte numa tarde em que se lidaram oito e foram testemunhas do acto César Girón e «Chicuelo». Foi o quinto matador de toiros de Portugal, depois de Diamantino Vizeu, Augusto Gomes Júnior, Manuel dos Santos e António dos Santos.
Toureou no Perú, na Venezuela, na Colômbia e no México, confirmando a alternativa a 3 de Maio de 1957 na Monumental de Madrid, apadrinhado por Rafael Ortega, com o testemunho de António Chenel «Antoñete», frente a toiros de Pilar Sánchez Cobaleda.
Considerado um dos mais artistas e maiores estilistas entre os matadores de toiros nacionais, Francisco Mendes retirou-se cedo das arenas, casando e passando a viver em Madrid. Continuou, contudo, a vir várias vezes ao seu país para participar nas tentas da ganadaria Murteira Grave, a cujo proprietário, o saudoso Engº Joaquim Grave, o unia uma imensa amizade.
Em 2015 foi homenageado em Lisboa pelo Grupo Tauromáquico «Sector 1».
A toda a Família enlutada, apresentamos as mais sentidas condolências.
Que em paz descanse.
Fotos Emílio de Jesus/Arquivo, Ricardo Relvas e D.R.
Assistindo a uma corrida em Évora com Joaquim Grave
Com Dª Maria Teresa Grave, também já falecida,
numa das últimas visitas a Portugal
Francisco Mendes com o mestre dos bandarilheiros nacionais
António Cipriano «Badajoz»
Em 2015, quando foi homenageado pelo Grupo «Sector 1»,
com a presidente da instituição, Patrícia Sardinha, e o então
cabo do GFA de Santarém, Diogo Sepúlveda, também distinguido
O livro de Pepe Luís sobre Francisco Mendes
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