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Moita: O triunfo da diferença!


Rui Fernandes: no conjunto das duas lides, o grande triunfador
da Moita!

Miguel Alvarenga – Apesar da confusão enorme nas entradas, com filas de gente infindáveis, sem arrumadores à vista, com alguma desorganização «à portuguesa, concerteza», provocada sobretudo pela arreliante e enervante, mesmo, falta de pontualidade do público português – mas, por um lado, a fazer lembrar o ambiente de loucura e o frenesim de outros tempos nas nossas praças, como há muito se não sentia -, a corrida de ontem na Moita foi uma lufada de ar puro e, acima de tudo, de diferença, na temporada nacional. A praça esgotou a lotação até às bandeiras! A Moita foi uma festa! E o empresário Ricardo Levesinho deu um abanão aos costumes e disse nada aos hábitos. Fez tudo diferente. Para melhor.

Começou por conseguir o que nenhum outro empresário tinha conseguido nos últimos quatro anos: trazer Diego Ventura de volta a Portugal. Contratou o irreverente Rui Fernandes como cabeça de cartaz, que também é proeza raramente assumida pelos empresários nacionais – e, uma vez mais, o toureiro confirmou que é sempre uma mais valia em qualquer cartel e que a sua presença faz falta às grandes competições. Apresentou, em tarde de (terceira) alternativa, uma nova estrela, Paco Velásquez. Trouxe dois dos melhores grupos de forcados. E toiros de uma  ganadaria proporcional à arte destes toureiros. Goste-se ou não se goste. E viu-se ontem que há quem goste. Uma praça esgotada gostou. Mais comentários?

Os toiros de Passanha são toiros de triunfo. Foram nobres, com mobilidade, bonitos e de apresentação q.b, sem pesos excessivos, mas sem transmitir muito, sem a emoção dos toiros duros de roer. Colaborantes, sem fazer mal, a irem pelo seu caminho. Com a nobreza dos toiros bons.

Diogo Passanha deu volta à arena no último toiro, que teve alegria nas investidas e proporcionou a Paco Velásquez fechar com chave de ouro a tarde da sua alternativa.

O primeiro toiro também ajudou ao êxito do novo cavaleiro, mas acabou vindo a menos, apagando-se no final da lide. O segundo teve mobilidade e colaborou, Rui Fernandes aproveitou-o muito bem. O terceiro foi o mais parado, mais reservado, dando poucas opções a Ventura, que se guardou para o quinto, abreviando a lide e nem dando volta à arena. O quarto serviu, voltou a ter pela frente um Rui Fernandes com lide de maestria, mas também veio a menos no fim. O quinto foi o melhor da tarde, com mobilidade e investidas francas, proporcionando a Ventura um triunfo a todos os títulos notável. O sexto, como já referi, foi também um bom toiro, Velásquez lidou-o na perfeição e o ganadeiro mereceu a honra de volta à arena.

Não vão faltar críticas negativas à bondade dos toiros, à falta de emoção que tiveram, à pouca agressividade com que investiram. Fernandes e Ventura são toureiros de e para todos os toiros. Não vão faltar também acusações ao facto de terem enfrentado em tarde tão importante toiros que tiveram menos importância. Contudo, goste-se mais ou menos, a realidade é que são toureiros muito bons, de uma galáxia distinta, talvez não muito do agrado dos denominados puristas – mas temos obrigatoriamente que reconhecer que são, de facto, bons demais.

Pode-se gostar mais de outro tipo de toureio, dos toureiros de luta que enfrentam os toiros de ganadarias duras (como Fernandes o vai fazer já no sábado em Santarém, a provar que é toureiro para todos os toiros; como Ventura o fez o ano passado e o fará certamente este ano, enfrentando todo o tipo de encastes e não apenas os mais fáceis), mas a verdade é que estes toiros (de Passanha) e estas sinfonias de arte destes cavaleiros têm adeptos, criam entusiasmo e, mais importante que isso, esgotam praças.

Creio que já disse tudo – mas vou dizer mais algumas coisas.

Rui Fernandes e Diego Ventura celebram esta temporada, ambos, 25 anos de alternativa. E continuam. E estão onde estão. E arrastam multidões para os ver.

Rui Fernandes veio do nada, em termos de passado e de antecedentes neste meio. Tinha apenas – e tem, graças a Deus! – um Pai super aficionado. Superou todas as adversidades, ultrapassou, graças. apenas e só, ao seu desmedido valor, todas as barreiras que lhe puseram os antigos, assim como uns anos antes as tinham posto ao inigualável Mestre Batista. E foi em frente.

Foi em frente e, 25 anos depois, está na frente. Ontem e no conjunto das duas actuações, foi o grande triunfador da corrida da Moita. Tranquilo, sereno, senhor de uma maestria e de uma maturidade que o colocaram há muito no patamar dos eleitos, deu a volta aos dois toiros com saber e experiência, apoiado na extraordinária categoria dos seus cavalos-craques. O público vibrou com as duas lides galvanizantes e empolgantes de Rui Fernandes. Mais palavras para quê?

Diego Ventura não é uma Figura do toureiro. Não senhor. É, simplesmente, um Figurão! Durante os últimos quatro anos, todos tentaram e nenhum o conseguiu trazer de volta ao país onde nasceu. Levesinho conseguiu o impossível. E valeu a pena. Se valeu!

Chegava Diego à Moita vindo de um «estrondo» em Madrid, onde uma semana antes saira pela 18ª vez em ombros pela Porta Grande, a da glória. E esgotou a Moita (diga-se, em abono da verdade, com a ajuda de Fernandes como cabeça de cartaz!). Alguns ainda tinham dúvidas, mas ontem ele provou que faz mesmo falta às nossas temporadas.

Esteve bem e à altura das circunstâncias na sua primeira lide, que brindou a Paco Velásquez, mas o toiro não lhe deu as melhores opções. Parado, reservado, sem investidas claras. Ventura abreviou a lide e no fim não deu volta à arena.

No quinto, cuja lide brindou a seu filho Dieguito, esteve simplesmente enorme e dando a verdadeira dimensão da sua tauromaquia distinta – e especial. Foi uma autêntica sinfonia de arte e de maestria, de pleno domínio, de poderio e de exuberância – de diferença. Tudo o que fez foi perfeito. E terminou com um ferro incrível, depois de retirar a cabeçada do cavalo, dominando e mandando, como se aquilo fosse a coisa mais fácil deste mundo. Único, de uma galáxia-outra!

Paco Velásquez não acusou os nervos da responsabilidade dupla de tomar a alternativa e de se confrontar com dois dos maiores génios do toureio a cavalo. Está, obviamente, em princípio de carreira e num outro patamar distinto dos consagrados que tinha ontem a seu lado. Mas não se assustou com nada. E demonstrou que estava apto e era o momento para dar este importante passo em frente. Não foi um mero espectador das apoteoses de Fernandes e Ventura.

O toiro da alternativa não complicou, mas «foi-se embora» cedo. Mesmo assim, Paco insistiu e cravou mais dois ferros, saíu em beleza e com o dever cumprido. Brindou a lide da alternativa ao seu amigo e compadre, o matador mexicano Alejandro Amaya – e também aos céus, à memória de seu Pai.  

O último toiro foi mais toiro, tinha arrancadas alegres, permitiu ao novo cavaleiro demonstrar o seu valor e o excelente momento e a boa qualidade dos seus grandes cavalos. Lide perfeita, com entradas de frente, remates emotivos e, por fim, um bom par de bandarilhas que deixou o público em euforia. Resumindo e concluindo, esteve Velásquez muito bem naquele que foi o primeiro dia do resto da sua vida.

Bom desempenho dos bandarilheiros das quadrilhas dos três cavaleiros: Hugo Silva e João Santos (de Rui Fernandes); Mário Figueiredo e Filipe Gravito (de Ventura); João Oliveira e Sérgio Nunes (de Velásquez) e também Duarte Alegrete, o Mestre dos Mestres, que continua a marcar a diferença por todas as arenas em que o vemos actuar, com a sobriedade e a classe de quem sabe. 

Em suma, uma corrida memorável, uma praça da Moita esgotada como há uns anos se não via, uma notável e louvável vitória empresarial de Ricardo Levesinho, um triunfo importantíssimo de um Rui Fernandes enorme, um regresso apoteótico e marcante de Diego Ventura e a afirmação de um novo cavaleiro com futuro risonho pela frente.

Muito bem, como já aqui ficou referido, os grupos de forcados de Alcochete e do Aposento da Moita, sem dificuldades de maior para pegar os nobres toiros de Passanha. E desempenho acertadíssimo do director de corrida Fábio Costa (nota alta!), que esteve ontem assessorado pelo competente e reputado médico veterinário Carlos Santos, com os toques a cargo do emblemático José Henriques.

Uma tarde em que se fez História – como Levesinho prometera. Parabéns a todos!

Fotos M. Alvarenga


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