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18 mayo 2024

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Chamusca aguenta uma corrida na Ascensão, duas dá mau resultado…

Muitos antigos forcados de novo fardados no aniversário do
Aposento da Chamusca. E, em baixo, à esquerda, Bárbara
Norton de Matos a apoiar o namorado Moura Caetano e a dar
a cara pela tauromaquia sem complexos

Miguel Alvarenga – Houve vontade, houve risco, houve aficion e ousadia por parte da nova empresa Toiros com Arte para encher a Ascensão na Chamusca outra vez com duas corridas. Mas já se percebeu há muito tempo que a Ascensão aguenta uma corrida, a de Quinta-feira de Espiga e que duas dão mau resultado. Como aconteceu ontem. Podia-se ter evitado.

Os ameaços de chuva (que se chegou a fazer sentir durante a corrida) não ajudaram e o Sporting num jogo decisivo à mesma hora na capital ainda desajudou mais. Mas não foi só isso: há muitos anos, já, se tinha percebido que a Ascensão na Chamusca aguenta apenas e só a tradicional corrida de Quinta-feira de Espiga e não duas. Os novos empresários quiserem arriscar e quiseram fazer boa figura, mas…

Com os Forcados do Aposento como cabeças de cartaz, a comemorar o seu 40º aniversário e a pegar sózinhos os seis toiros de Canas Vigouroux, com muitos dos seus históricos e antigos elementos de novo fardados (o que é sempre bonito e emotivo rever), esperava-se e impunha-se que a praça tivesse mais público a apoiá-los.

Com um cartel bom, dentro da vulgaridade em que caíram há muito os nossos cartéis, esperava-se que Moura Caetano, Marcos Bastinhas e Miguel Moura levassem mais alguns espectadores às bancadas do que aqueles que lá estavam. Mas não levaram. E também não ajudou o facto de, à mesma hora, se realizar outra corrida em Estremoz, com um cartel forte (Moura Jr., João Telles e Palha), que esteve cheia, quase esgotada e não permitiu que os aficionados alentejanos se deslocassem à Chamusca, ficando-se pela sua terra.

Talvez um dia os empresários se acabem por entender e percebem de uma vez por todas que isto já não anda bem, quanto mais levar a efeito duas corridas (e fortes, ainda por cima) no mesmo dia e à mesma hora. No próximo sábado, por exemplo, há três no Alentejo a escassos quilómetros umas das outras… e assim, amigos meus, não vamos longe, não senhor.

Feitas as contas, a centenária praça da Chamusca tinha ontem um quarto envergonhado das bancadas preenchido – o que retira ambiente e entusiasmo a qualquer tourada.

Os novos empresários Jorge Dias e Samuel Silva têm tido algum azar. Neste início de temporada, não deram três festivais que anunciaram, dois deles adiados para novas datas (cinco cancelamentos, portanto, até aqui) e ontem voltaram a não ter a sorte do seu lado. Ameaças de mau tempo, chuvinha irritante durante algumas lides, Sporting a levar gente para o Estádio de Alvalade, enfim, uma jornada taurina que não foi um sucesso, muito menos um êxito de bilheteira. Antes pelo contrário.

Artisticamente, foi uma tarde agradável, mas sem deslumbramentos por aí além. Foi uma corrida vulgar, em que ninguém esteve mal, mas também ninguém esteve espectacular.

Os toiros de Canas Vigouroux não complicaram, não foram para as tábuas, foram à luta sem transmitir muito, mas a proporcionar boas lides e a emocionar em algumas pegas. Com menos força e menos emoção os três primeiros, mais toiros, mais encorpados, mais encastados e de muito melhor nota os três da segunda parte, destacando-se sobretudo os lidados em quinto e sexto lugares.

João Moura Caetano esteve sóbrio, artista e muito templado nas duas lides, sobressaindo em especial na segunda com o cavalo «Campo Pequeno», destacando-se na brega e a lidar com a classe costumeira.

Alegre, vistoso, a empolgar, andou Marcos Bastinhas nos seus dois toiros, igual a si próprio, arrebatando pela emoção que imprime em todos os momentos. Soberbo no quinto toiro, a lidar e a cravar, terminado com um grande par de bandarilhas, o habitual salto do cavalo para o chão e o público a aplaudir de pé, em alvoroço, entregue.

Miguel Moura foi autor de momentos altos nas duas lides, com risco, com ousadia, a emocionar e a chegar ao público, fazendo tudo bem feito, recriando-se em adornos e bonita brega.

Em suma, a corrida viu-se com agrado, mas foi igual a muitas mais, faltou público e ambiente, houve chuviscos e por isso não se pode dizer que tenha sido uma tarde em cheio nem uma tarde em grande. Foi uma tarde…

A celebrar os seus 40 anos, os Forcados Amadores do Aposento da Chamusca pegaram os seis toiros de Canas Vigouroux sem grandes dificuldades – com valor.

Foram caras o cabo João Saraiva, o ex-cabo Pedro Coelho dos Reis «Pipas» (ambos à primeira), Vasco Coelho dos Reis e Francisco Montoya (os dois à terceira), João Rui Salgueiro (à segunda) e Francisco Souto Barreiros (à primeira).

Em todas as pegas intervieram antigos forcados, casos de Simão Neves (que rabejou dois toiros à maneira antiga) e Francisco Macedo (actual presidente da Associação de Forcados), entre muitos mais – que mais logo aqui vamos mostrar na grande reportagem fotográfica das seis pegas.

Uma palavra de apreço e louvor aos seis bandarilheiros que coadjuvaram as lides e estiveram incansáveis sobretudo na colocação dos toiros para os forcados: Hugo David, Pedro Noronha, Gonçalo Veloso, Cláudio Miguel, Jorge Alegrias e Nuno Silva.

A corrida foi bem dirigida por Ricardo Dias, que esteve assessorado pelo médico veterinário José Luis da Cruz. Ao intervalo, os três cabos do Aposento da Chamusca, Tiago Prestes, Pedro Coelho dos Reis e João Saraiva fizeram na arena a entrega de lembranças alusivas ao seu aniversário ao presidente da autarquia Paulo Queimado, ao provedor da Santa Casa Nuno Castelão e aos empresários Jorge Dias e Samuel Silva.

Por fim, destaque para alguns brindes dedicados pelos três cavaleiros aos Forcados do Aposento da Chamusca; pelos forcados aos três cavaleiros e um de «Pipas» ao Padre Vicente; outro do forcado Vasco Coelho dos Reis ao presidente da Câmara; e um de João Moura Caetano ao seu apoderado António Nunes, em homenagem à memória de seu Pai, falecido esta semana, havendo ainda a destacar que os cavalos vinham entrançados com fitas pretas e os dois bandarilheiros de Caetano apresentaram-se com braçadeiras negras também em sinal de luto.

Bárbara Norton de Matos assistiu entusiasmadíssima, acompanhada por amigas, ao triunfo do seu namorado João Moura Caetano. É bom e é importante que uma figura/actriz tão afamada como ela dê a cara pela tauromaquia sem complexos, com tanta normalidade e sem medo de a acusarem de ser politicamente incorrecta. Parabéns, Bárbara!

Fotos M. Alvarenga


Faltou público, faltou ambiente…
João Moura Caetano

Marcos BastinhasMiguel MouraToiros de Canas Vigouroux: destacaram-se os da segunda parte

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