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29 abril 2024

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Montemor e Évora: as 6 grandes pegas de ontem em Estremoz

Miguel Alvarenga – Dois dos melhores Grupos de Forcados nacionais, os Amadores de Montemor e os Amadores de Évora, respectivamente capitaneados por António Cortes Pena Monteiro e João Pedro Oliveira (que se despede das arenas na Corrida de São Pedro em Évora), deram ontem uma valente lição de como se pegam toiros na corrida de Estremoz, onde se lidaram exemplares de seis duras e exigentes ganadarias em concurso.

É essencial para o bom ritmo e o sucesso de um espectáculo que os empresários tenham a preocupação – e a visão – de contratar grupos consagrados quando se trata de enfrentar toiros de verdade que, à partida, fazem prever dificuldades. E foi o que fez ontem a empresa Toiros & Tauromaquia, nesta brilhante organização em parceria com a dinâmica Tertúlia Tauromáquica de Estremoz, trazendo dois dos melhores grupos de sempre, ambos alentejanos, o que contribuiu também para a fortíssima adesão do público – que encheu a praça como não acontecia desde a sua reinauguração no ano de 2013, já lá vão dez.

Os valorosos forcados montemorenses e eborenses estiveram à altura do desafio e realizaram seis magníficas pegas a toiros sérios, exigentes, com teclas e a pedirem contas, de seis ganadarias distintas e com comportamentos diferentes, mas todos eles sem vontade alguma de facilitarem a vida aos valentes heróis das jaquetas de ramagens.

O Grupo de Montemor, sempre a marcar a diferença na forma coesa e soberba como ajuda e uma vez mais com a brilhante intervenção nas três pegas do consagrado rabejador Francisco Godinho, pegou dois toiros à primeira e um à segunda.

O Grupo de Évora, também a ajudar com grande eficiência e com notável intervenção dos seus rabejadores, pegou dois à primeira e um à terceira (o duro toiro de Núncio, com 620 quilos!).

Bernardo Dentinho, um forcado de dinastia, experiente estrela dos Amadores de Montemor, bonito no cite, muito bem a recuar e a receber com técnica perfeita, fechando-se com decisão e contando com uma primeira ajuda fantástica do muito eficiente António Cecílio, pegou ao primeiro intento o toiro de Veiga Teixeira (520 quilos), vencedor do prémio de apresentação. O Grupo de Montemor teve neste primeiro toiro a gentileza de brindar a pega ao Grupo de Évora e no final Dentinho deu aplaudida volta à arena com Moura Júnior.

O segundo toiro, de Branco Núncio, com 620 quilos, o mais pesado da tarde, corpulento, a deixar antever dificuldades aos forcados pela forma reservada como reagiu na brilhante lide de Bastinhas, foi pegado por João Cristovão, dos Amadores de Évora, ao terceiro intento, depois de ter infringido ao valoroso forcado impressionantes derrotes nas duas primeiras tentativas. Com valentia, técnica e estoicismo, Cristovão nunca virou a cara e acabou por consumar uma excelente pega, bem ajudado na última intervenção pelos companheiros, que não tinham estado brilhantes nas duas primeiras. O forcado não queria dar a volta, merecidamente autorizada pelo director Agostinho Borges, mas o público exigiu-a e João Cristovão deu-a, recebeu reconhecida ovação ao lado de Marcos Bastinhas.

José Maria Cortes Pena Monteiro, irmão do cabo, foi o segundo forcado de Montemor em praça para pegar o terceiro toiro da tarde, o exemplar da ganadaria Fernandes de Castro (segundo mais pesado da corrida, com 610 quilos), brindando a sorte a seu Avô, o antigo cabo João Cortes, ainda e sempre um dos maiores Forcados de todos os tempos. Cite «à Cortes», a lembrar o Avô e também o seu saudoso tio e antigo cabo José Maria Cortes, muito bem a recuar, templando a investida, reuniu e fechou-se com decisão. O toiro desviou a rota para a esquerda, fugiu ao grupo e José Maria aguentou firme os derrotes sem desarmar, até ser prontamente ajudado pelos companheiros. Uma grande pega ao primeiro intento – premiada com aplaudida volta à arena com o cavaleiro António Prates.

A quarta pega da tarde, ao exemplar da ganadaria Ascensão Vaz (540 quilos), um toiro sério e exigente, duro de roer, mas de investidas francas, superiormente lidado por João Moura Júnior, foi brilhantemente consumada por Rui Bento, do Grupo de Évora, que brindou ao público e concretizou à primeira tentativa a sorte, muito bem ajudado pelos companheiros. Depois de realizada a pega, e como referimos na notícia anterior aqui publicada, o grupo chamou alguns elementos para ajudar a retirar o forcado da cara do toiro, porque se lesionara, tendo entrado prontamente em praça o conceituado médico Dr. António Peças, como documentam as fotos que demos à estampa na notícia anterior. Rui Bento foi transportado de maca para a enfermaria , onde recebeu os primeiros cuidados, sendo depois transferido para o Hospital de Évora, onde se encontra internado à espera de ser operado. Sofreu uma fractura na tíbia e uma fissura no perónio. Na ausência do forcado, que estava a ser assistido na enfermaria, foi o primeiro ajuda quem deu a volta à arena com o cavaleiro João Moura Júnior.

O quinto toiro da corrida, da prestigiada ganadaria Murteira Grave (520 quilos) teve durante a memorável lide de Bastinhas o comportamento de manso perigoso, a complicar e com arrancadas duras e traiçoeiras, não deixando antever trabalho fácil para os Amadores de Montemor. Foi para a cara o valoroso José Maria Vacas de Carvalho, filho do antigo cabo Paulo Vacas de Carvalho, digno sucessor de uma dinastia de grandes Forcados do Grupo de Montemor, que brindou a pega a Francisco Lagarto, antigo elemento di seu grupo, natural de Estremoz. O Grave arrancou repentinamente e José Maria nem vacilou, perfilou-se e preparou-se para o pegar já junto das tábuas, mas sofreu uma violenta cabeçada e não concretizou a sorte. Consumou depois de forma brilhante e com notável intervenção do primeiro ajuda e de todos os companheiros, aguentando com firmeza e decisão um primeiro derrote alto. Deu aplaudida volta à arena com Marcos Bastinhas.

A sexta e última pega, ao excelente toiros de Pégoras (500 quilos) que venceu o prémio de bravura, foi executada à primeira por Henrique Burguete, dos Amadores de Évora, que brindou ao antigo cabo do grupo João Pedro Rosado. Sofreu fortíssimo derrote no momento da reunião, esteve quase a sair da cara do toiro, mas emendou-se e fechou-se com enorme galhardia, prontamente ajudado pelos seus companheiros. Outra grande e emotiva pega, a fechar uma tarde brilhante para os dois grupos. O cavaleiro António Prates não quis dar volta à arena (autorizada), veio ao centro da praça por exigência do público e depois o forcado acabou por não dar também a volta que merecia e os aficionados lhe pediam, recolhendo à trincheira sob forte ovação.

Fique agora com a reportagem da sequência das seis grande pegas que marcaram ontem em Estremoz a tarde de triunfo dos grande Grupos de Montemor e de Évora – tarde para recordar!

Fotos M. Alvarenga




Bernardo Dentinho na primeira pega da tarde, brindada pelo
Grupo de Montemor ao de Évora, consumada à primeira


João Cristovão (Évora) pegou o segundo toiro à terceira


José Maria Cortes Pena Monteiro (Montemor) na pega ao terceiro
toiro, ao primeiro intento, brindada a seu Avô, o antigo cabo João
Cortes, um ícone da forcadagem


Rui Bento pegou o quarto toiro à primeira, mas saíu lesionado,
fracturou a tíbia e está hospitalizado em Évora. Por se encontrar
na enfermaria, a volta foi dada pelo primeiro ajuda (foto de cima)


José Maria Vacas de Carvalho na quinta pega, à primeira,
brindada ao antigo forcado Francisco Lagarto


Eborense Henrique Burguete fechou tarde de glória dos Forcados
pegando o sexto toiro à primeira, sorte brindada ao antigo cabo
João Pedro Rosado

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