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29 abril 2024

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Falam os Três Mosqueteiros organizadores do Festival da Gala da Tauromaquia

“Inventaram” – e ainda bem – a Gala da Tauromaquia, que já vai na terceira edição, este ano será a quarta, e ganhou peso como o grande acontecimento de glamour, pompa e circunstância de cada final de temporada nacional. Diogo Toorn, Nuno Santana e Francisco Mendonça Mira, três forcados com obra feita na arte de pegar toiros, são os Três Mosqueteiros de que vos falo. No dia 23 de Março, na Arena D’Évora, levam a efeito o primeiro Festival da Gala da Tauromaquia – com um cartel de luxo. É desse evento que nos vieram hoje aqui falar. Tudo a deixar antever um dia em cheio em Évora.  Não foi propriamente uma entrevista. Antes uma conversa.

Entrevista de Miguel Alvarenga


– Este festival é organizado exclusivamente por vós, pela vossa associação?

Diogo Toorn (D.T.) – A responsabilidade da organização do festival é única e exclusivamente da Associação Gala da Tauromaquia EIT. Associação esta que organiza a Gala da Tauromaquia há três anos consecutivos, sendo já um evento único e, como sabe, com a categoria que a Festa Brava merece, levando a nossa Tauromaquia para o mundo inteiro, como na última edição aconteceu, dada a transmissão em directo pelo canal espanhol OneToro para mais de 90 países. Nesse sentido, também quer agradecer a Associação pela disponibilidade imediata que a NEPE (empresa gestora da Arena D’Évora) demonstrou desde o início em associar-se a esta causa. 


– Um dos objectivos desta associação, anunciaram logo no início, é fomentar a aficion entre os mais novos, verdade?

Nuno Santana (N.S.) – O objectivo nuclear desta associação é, acima de tudo, fomentar afición nos jovens, tal como dar a categoria e classe que a Festa Brava merece. Depois de três Galas da Tauromaquia, que foram um sucesso absoluto, esta associação também realizou um primeiro evento, onde reuniu cerca de uma centena de jovens aficionados que durante um dia inteiro aprenderam a ser melhores aficionados e a valorizar com mais conhecimentos cada função distinta dos intervenientes de uma corrida de toiros. Outros eventos se irão realizar, sendo a seu tempo anunciados.


– O objectivo deste festival é angariar fundos para essas acções que pretendem realizar?

Francisco Mendonça Mira (F.M.M.) – Os fundos angariados neste festival serão destinados à realização de cada vez mais iniciativas desta natureza, tal como a realização da 4ª Grande Gala da Tauromaquia no presente ano. E outras, claro. 


– Este festival já esteve para se realizar no ano passado noutras praças, mas por uma ou outra razão foi sendo adiado…

F.M.M. – Este festival já teve data marcada em Coruche e Alcochete no ano de 2023 e por razões adversas não se conseguiu levar por diante. A Arena D’ Évora foi a escolha fácil e óbvia devido a vários motivos, Dia do Forcado no mesmo dia, proximidade de relação com a empresa gestora e, o mais importante, o facto de ser uma praça coberta, garantindo a realização do espectáculo em eventuais condições climatéricas desfavoráveis. 


– Houve dificuldades na montagem do cartel? Já se sabe que não se pode agradar a todos…

D.T. – Dentro das dificuldades inerentes à organização de um evento da natureza de uma corrida de toiros ou um festival taurino, esta organização agradece profundamente a todos os intervenientes que aceitaram participar de maneira totalmente solidária. A contratação dos artistas foi alcançada de maneira fácil, conseguindo assim a organização levar a cabo um espectáculo rematado por todos os lados com vários finalistas da Gala 2023. João Moura Caetano, finalista 2023 e líder do escalafón mundial 2023; João Moura Jr., vencedor 2023; João Ribeiro Telles, vencedor 2022; e Francisco Palha, vencedor 2021, serão os cavaleiros. Na parte apeada o matador de toiros Manuel Dias Gomes, vencedor 2023, e o novilheiro Tomás Bastos, também vencedor na sua classe em 2023. 


– No que respeita aos forcados, optaram por uma selecção, o que, segundo sei, criou algum mal-estar em alguns grupos de forcados… Porque foi assim?

F.M.M. – No que toca aos forcados, de modo a tentar dar um atractivo extra, decidiu a organização convidar uma selecção composta por antigos elementos de vários grupos. Não querendo retirar valor e reconhecimento aos grupos actuais, no entanto, sentiu a organização que a maneira de acrescentar valor de uma forma única será através de uma selecção composta por verdadeiros ícones da forcadagem mundial. Não foi fácil, temos que confessar, gerir esta situação dos forcados. Tentámos de início, que a selecção fosse formada por todos os grupos da ANGF, sem excepção, entrando um elemento de cada grupo, mas isso foi já uma forma utilizada pela PróToiro em situações anteriores e não resultou.


– Mas, já que toureiam a cavalo o vencedor da Gala deste ano (Moura Jr.), os vencedores das duas Galas anteriores (Palha e Telles), um dos nomeados de 2023 e que foi o líder do escalafón (Moura Caetano); a pé, o matador (Manuel Dias Gomes) e o novilheiro (Tomás Bastos) vencedores da Gala/2023, podia ter entrado o Grupo de Montemor, que foi o vencedor da última Gala, não era mais fácil?…

F.M.M. – Podia ter sido assim, mas a organização quis dar uma maior ênfase formando uma selecção com glórias antigas. Para o ano poderá ser diferente, este ano foi assim. Não se pode nunca agradar a gregos e a troianos. Também tentámos, por exemplo, incluir no cartel o cavaleiro praticante que venceu a última Gala, o Tristão Telles Queiroz, e não foi possível, porque toma a alternativa uma semana antes em Santarém e o seu apoderado considerou que não ficava bem anunciá-lo com esta antecedência para um festival oito dias depois. Há coisas que quisemos fazer e não foi possível. Era impossível agradar a todos.


– E foi fácil constituir a selecção?

D.T. – Na maioria dos casos, houve acções conjuntas com os cabos actuais de vários grupos, sobre a integração de elementos, medindo assim a disponibilidade e amizade dos elementos eleitos no grupo que irá actuar. Integração essa estruturada com a responsabilidade inerente a fazer parte de um grupo de forcados e ao desafio de ter de enfrentar quatro novilhos-toiros, representando com a dignidade e respeito as Ramagens que cada grupo merece.


– Esta tarde foram anunciados os primeiros seis veteranos que integram a selecção. Que surpresas mais vamos ter?…

N.S. – Anunciou-se esta tarde os seis primeiros antigos forcados, verdadeiras glórias, que integram a selecção. Nos próximos dias virão mais surpresas. Mas podemos adiantar que vai ser um grupo excepcional. 


– Ao que sei, houve grupos que não aceitaram integrar a selecção…

F.M.M. – Também deste modo, a organização respeitou a posição não só de alguns grupos contactados, como também de alguns forcados, de não aceitarem participar activamente no Grupo que estará presente em praça. Além dos antigos elementos, irão estar presentes os cabos ou um representante actual de cada grupo finalista da Gala 2023. Concordaram neste sentido estarem presentes os grupos de Lisboa, de Évora e de Vila Franca.


– Lidam-se novilhos-toiros de três ganadarias, não é?

N.S. – As ganadarias em praça pertencem às divisas de Murteira Grave, Alves Inácio e Calejo Pires, estando os novilhos/toiros de acordo com os pressupostos de um festival taurino. Um agradecimento especial à disponibilidade de cada ganadeiro. 


– Em suma, será uma jornada em cheio, com o Dia do Forcado de manhã, o festival à tarde e uma jantar e festa à noite…

D.T. – O dia será preenchido de afición e companheirismo, começando pelas 11h com o já tradicional «Dia do Forcado» às 11h, o «Festival Taurino» às 16h e o Jantar&Festa da responsabilidade da conceituada marca Coparias.


Foto D.R./Gala da Tauromaquia


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